quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Bem-me-querO!

Gostava de partilhar convosco uma experiência pessoal...

Ouvimos todos os dias as pessoas enunciarem, sob as mais variadas formas, que "o bem atrai o bem", tentando transmitir a ideia de que se formos positivos, confiantes e alegres, acabamos por ser recompensados com grandes conquistas, felicidade e um sem número de coisas boas. Pelo contrário, se formos pessimistas, inseguros e pouco auto-confiantes, acabamos por nos tornar em verdadeiros perdedores, ou pior, vítimas de nós mesmos, o ditos "patinhos feios", que não têm sorte nenhuma e a quem tudo "de mau" parece acontecer. Ainda, estive a refletir sobre a teoria da origem interdependente da natureza, segundo a qual, o nosso bem-estar pessoal está intimamente ligado ao bem-estar alheio e ao meio ambiente em que vivemos. Para quem acredita nesta teoria, todas as nossas ações, quer traduzam atos, palavras ou pensamentos, por muito inocentes e inconsequentes que pareçam, têm implicações para nós mesmos, bem como para os outros. 

Pois bem, quis pôr ambas as teorias à prova. Movida por um desejo de auto-superação e auto-controlo, prometi a mim mesma que ia tornar-me numa pessoa mais compreensiva, mais calma, mais paciente e mais tranquila "em casa". Sim, isso mesmo, é em casa que muitas vezes revelamos quem somos verdadeiramente, são geralmente os nossos pais/irmãos que lidam com as nossas frustrações; as nossas explosões de raiva, irritação ou fúria; os nossos momentos de quebra, de tristeza ou melancolia; as nossas crises de impaciência e de irritabilidade, etc, etc, etc. Todos sabem que é assim, que falamos mais alto, mais agressivamente, com menos cuidado, porque são os nossos pais, que nos amam incondicionalmente, que muitas vezes acabam por ser o "bode expiatório" nos maus momentos. De qualquer forma, como é óbvio, isto não acontece todos os dias, por isso, não constituem fonte constante de stress... a não ser que as pessoas tenham uma mau feitio tal que sejam conflituosas a toda a hora... e não, nem eu sou assim!! 

No meu caso, eu e o meu pai somos tão parecidos que estamos sempre a chocar, a implicar... regra geral, a todas as refeições há uma discussão, que termina com a minha mãe chateada connosco... já saturada de mais do mesmo. Então decidi, "o que um não quer, dois não fazem", por isso, decidi que me iria controlar e não responder a provocações, ia falar menos e ouvir mais as coisas que os meus pais iam contando, tentando mostrar-me interessada, ia ajudar em algumas tarefas domésticas, aliviando a carga de trabalho da minha mãe cá em casa, e, sempre que possível, ia dedicar algum tempo a actividades que cada um deles apreciasse, dando-lhes alguma atenção. 

Pois bem, isto já vai há 3 semanas e posso dizer-vos que já tenho feedback positivo da parte deles. Já me perguntaram, inclusive, se se passava alguma coisa, com ar um pouco desconfiado e apreensivo... porque como já diz o ditado "quando a esmola é grande, até o pobre desconfia"! Confirma-se, foi o caso!! Na realidade não mudei muita coisa, nem custou assim tanto, mas a verdade é que o impacto destas pequenas mudanças foi bastante evidente... vivem-se momentos de grande tranquilidade cá em casa. Na realidade, acabou por se criar um "ciclo vicioso" saudável, de influências positivas, em que comportamentos de atenção, carinho e compreensão, geram outros comportamentos com o mesmo carácter. Claro está que continua a haver opiniões discordantes em relação a determinados assuntos, mas agora já não há discussões, cada um diz o que acha e pronto, se não houver consenso, fica por aí a conversa. 

Assim, será o "bem-querer" sinónimo de "bem-me-quer" e, em última instância, de "bem-me-querO"? Se antes achava que sim, hoje sei que sim.


6 comentários:

  1. Priminha nem imaginas o quanto alegre me deixou este teu post!
    Beijinho minha pitufa linda e inteligente lol

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  2. Obrigada babe! Talvez eu não seja, afinal, um caso totalmente perdido! ;) Acho que estou no bom caminho! Bjinho grande

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  3. Soaram-me mto bem estas tuas palavras Babila. Gosto qdo nos pões e reflectir...eu pp tb me debato com estas questões e tb já cheguei a mesma conclusão que tu :)))

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    1. Obrigada Ju! Fico contente por saber que a mensagem passa, agrada e sobretudo, não é nova. É sinal que reflectes sobre a vida e os seus contornos! Fico contente em saber e dá-me força e motivação para continuar! Bjinho

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  4. Bem Babila vou tentar praticar o mesmo! Obrigado pela partilha! :D

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