domingo, 26 de agosto de 2012

Coisas Insólitas #1

Ontem, quando estava a pagar umas compras no supermercado, perguntei à senhora da caixa registadora se 2 cêntimos facilitavam o troco, ao que ela respondeu: Sim, facilita-me a mim e a si, que se vê livre das castanhinhas". Eu assenti. Ela continuou (girl talk) "Essas moedas são uma desgraça para os porta-moedas, esgaçam tudo e valem tão pouco". 
Então, de repente, virei-me para ela e espontaneamente respondi: "O preço da produção destas moedas deve ser bastante superior ao valor real da moeda em si, já pensou nisso?" 

Era uma pergunta retórica, não estava a espera de qualquer resposta. Na realidade eu é que fiquei a pensar na ironia do que acabava de constatar...


P.S.: Em compensação imprimir notas de 200€ na realidade não sai tão caro quanto o seu valor simbólico... umas dão para as outras, não é verdade?! :)


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Bem-me-querO!

Gostava de partilhar convosco uma experiência pessoal...

Ouvimos todos os dias as pessoas enunciarem, sob as mais variadas formas, que "o bem atrai o bem", tentando transmitir a ideia de que se formos positivos, confiantes e alegres, acabamos por ser recompensados com grandes conquistas, felicidade e um sem número de coisas boas. Pelo contrário, se formos pessimistas, inseguros e pouco auto-confiantes, acabamos por nos tornar em verdadeiros perdedores, ou pior, vítimas de nós mesmos, o ditos "patinhos feios", que não têm sorte nenhuma e a quem tudo "de mau" parece acontecer. Ainda, estive a refletir sobre a teoria da origem interdependente da natureza, segundo a qual, o nosso bem-estar pessoal está intimamente ligado ao bem-estar alheio e ao meio ambiente em que vivemos. Para quem acredita nesta teoria, todas as nossas ações, quer traduzam atos, palavras ou pensamentos, por muito inocentes e inconsequentes que pareçam, têm implicações para nós mesmos, bem como para os outros. 

Pois bem, quis pôr ambas as teorias à prova. Movida por um desejo de auto-superação e auto-controlo, prometi a mim mesma que ia tornar-me numa pessoa mais compreensiva, mais calma, mais paciente e mais tranquila "em casa". Sim, isso mesmo, é em casa que muitas vezes revelamos quem somos verdadeiramente, são geralmente os nossos pais/irmãos que lidam com as nossas frustrações; as nossas explosões de raiva, irritação ou fúria; os nossos momentos de quebra, de tristeza ou melancolia; as nossas crises de impaciência e de irritabilidade, etc, etc, etc. Todos sabem que é assim, que falamos mais alto, mais agressivamente, com menos cuidado, porque são os nossos pais, que nos amam incondicionalmente, que muitas vezes acabam por ser o "bode expiatório" nos maus momentos. De qualquer forma, como é óbvio, isto não acontece todos os dias, por isso, não constituem fonte constante de stress... a não ser que as pessoas tenham uma mau feitio tal que sejam conflituosas a toda a hora... e não, nem eu sou assim!! 

No meu caso, eu e o meu pai somos tão parecidos que estamos sempre a chocar, a implicar... regra geral, a todas as refeições há uma discussão, que termina com a minha mãe chateada connosco... já saturada de mais do mesmo. Então decidi, "o que um não quer, dois não fazem", por isso, decidi que me iria controlar e não responder a provocações, ia falar menos e ouvir mais as coisas que os meus pais iam contando, tentando mostrar-me interessada, ia ajudar em algumas tarefas domésticas, aliviando a carga de trabalho da minha mãe cá em casa, e, sempre que possível, ia dedicar algum tempo a actividades que cada um deles apreciasse, dando-lhes alguma atenção. 

Pois bem, isto já vai há 3 semanas e posso dizer-vos que já tenho feedback positivo da parte deles. Já me perguntaram, inclusive, se se passava alguma coisa, com ar um pouco desconfiado e apreensivo... porque como já diz o ditado "quando a esmola é grande, até o pobre desconfia"! Confirma-se, foi o caso!! Na realidade não mudei muita coisa, nem custou assim tanto, mas a verdade é que o impacto destas pequenas mudanças foi bastante evidente... vivem-se momentos de grande tranquilidade cá em casa. Na realidade, acabou por se criar um "ciclo vicioso" saudável, de influências positivas, em que comportamentos de atenção, carinho e compreensão, geram outros comportamentos com o mesmo carácter. Claro está que continua a haver opiniões discordantes em relação a determinados assuntos, mas agora já não há discussões, cada um diz o que acha e pronto, se não houver consenso, fica por aí a conversa. 

Assim, será o "bem-querer" sinónimo de "bem-me-quer" e, em última instância, de "bem-me-querO"? Se antes achava que sim, hoje sei que sim.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O eterno Tic Tac!

Há umas semanas a minha adorável mãe entra no meu quarto com um cartãozinho na mão e disse: "Bilinha, olha o que encontrei!!!". Era um cartão de registo do Pediatra que me seguia quando eu era ainda um bebé. Fiquei a saber que ao fim do primeiro mês pesava 4700g (era bem gordinha!!!!), media 56cm (E GRANDONA!!!) e tinha 38,5cm de perímetro cefálico (e cabeçuda, pelos vistos! o.O). 

Pensamento vai e pensamento vem, comecei a imaginar como teria sido aquela época e apercebi-me que eu já tinha chegado à idade que a minha mãe tinha quando eu nasci... tão depressa? Isto é, com a minha idade, ou seja, quase 27 anos, a minha mãe já tinha 1 marido, 2 filhos, 1 emprego a tempo inteiro e uma casa para gerir e organizar! Ainda me sinto tão longe disso, que até me arrepia só de pensar. É verdade que os tempos são outros, que as pessoas agora investem mais na sua formação, privilegiam outros tipo de experiências pessoais (que não o casamento e o lar), como sejam viajar e conhecer outras culturas, dispor mais tempo para os seus hobbies como forma de abstracção e libertação de stress do dia-a-dia, sair com os amigos, sair à noite, etc. 

As mudanças da sociedade atual nem sempre são vistas com bons olhos, mas esta em particular parece-me favorável. Pelo menos pela minha própria experiência pessoal, julgo que as pessoas com todas estas vivências têm mais tempo para se conhecer melhor, para saber o que querem da sua vida, para procurar nos outros objetivos semelhantes aos seus, têm tempo de crescer (não à pressão) e de amadurecer, tornando-se adultos mais seguros e confiantes, transmitindo essa mesma confiança e segurança aos seus filhos, quando decidirem que chegou a altura de constituir família e "assentar". Não somos todos iguais, temos necessidades diferentes, em alturas diferentes das nossas vidas, por isso não devemos deixar-nos levar pelas pressões sociais e dar um passo maior do que as pernas...
devemos, sim, dar um passo de cada vez, conforme as nossas possibilidades e necessidades. Quem disse que há prazo limite para tudo? Aliás, tirando a paternidade que pode ser condicionada biologicamente, tudo o resto é uma questão tão individual e única como nós mesmos... não há pessoas iguais, não há vidas iguais, logo não há timmings pré-estabelecidos para nada. Há, sim, um infinito de possibilidades, de caminhos, de escolhas. Cabe-nos a nós fazer opções, no momento que considerarmos certo. Desta forma, estamos a respeitar-nos, ao aceitarmos o nosso próprio timming!


Por exemplo, julgo que haja uma certa pressão social, sobretudo para as mulheres, em ter filhos enquanto "são novas". Quando uma mulher ultrapassa a barreira dos 30 anos parece que já está a ficar velha: começam as bocas dos pais (que querem ser avós), dos avós (que têm medo de morrer e não ver os bisnetos), dos amigos (sobretudo os que já têm filhos, mas que muitas vezes têm é inveja porque já não têm tempo para si enquanto casal), dos colegas de trabalho (que invejam a felicidade, bem-estar, ânimo e capacidade de trabalho daqueles que podem dormir a noite inteira, pois passaram a noite em claro porque têm o filho doente).... mas o pior mesmo, é que desde a infância as mulheres são educadas no sentido da maternidade e como tal, também elas, começam a sentir que já é tempo, que se não forem mães antes dos 30 provavelmente nunca o serão! ERRADO. A decisão de ter um filho é provavelmente a mais importante que duas pessoas podem tomar. Podia adjectivar este acontecimento de muitas formas, mas julgo que é sobretudo uma grande responsabilidade. 
Neste sentido, não me parece sensato basear esta decisão em pressões de qualquer tipo, muito menos sociais... o que é que interessa o que o pai, a mãe, o tio, o amigo, o colega ou o vizinho pensa em relação à parentalidade de um casal?? 

A meu ver, absolutamente nada!

sábado, 18 de agosto de 2012

Lucky me...

Há muito que me considero uma mulher de sorte. Felizmente tive a sorte de ter nascido num país desenvolvido, na terceira maior cidade do país, tenho uma vida confortável, primeiro proporcionada pelo trabalho árduo dos meus pais, agora por mim própria (apesar de ainda viver em casa deles), tenho a sorte de ter tirado um curso superior, aquele que eu queria, onde eu queria, tenho a sorte de já ter visitado algumas das cidades mais fascinantes do mundo, já realizei alguns sonhos e felizmente tenho outros que ainda hei-de realizar, tenho uma família que me apoia, aceita e, inclusivamente, me ama com todos os meus defeitos e (algumas) virtudes, tenho a sorte de ter alguns amigos, mesmo amigos, com quem eu sei que posso contar, entre os quais se destacam.... as minhas GIRLS!!! 

Pois bem, hoje o post é dedicado às minhas meninas. Há dias recebi uma foto nossa (enviada por uma delas... thax babe) e tive tantas saudades... por isso, inspirada por esta amizade, que nem a distância, nem o tempo, vai algum dia conseguir diminuir, vou dedicar-lhes este post.


Revejo-nos como o grupo de mulheres da série "Sex and the City" (série que inclusivamente todas nós amamos), cada uma de nós com as suas particularidades traz uma coisa diferente para esta união que a transformou no que é, uma amizade para toda a vida! Esta amizade, pautada por valores como a sinceridade, lealdade, verdade, companheirismo e bom senso, proporciona-nos momentos únicos e insubstituíveis, daqueles que ficam marcados na nossa história de vida. 

Pois bem, todas nós temos um lado meio amalucado, às vezes quando estamos juntas pára-nos o relógio e sai palhaçada na certa. Temos:

  • a divertida, com grande intelecto, com soluções rápidas e práticas para tudo;
  • a divertida, muito prática e muito centrada, quase "miss perfeição"; 
  • a divertida, sonhadora e doce, que é um misto de Floribela e Dalai Lama (mix bastante interessante); 
  • a divertida, mas às vezes séria, verborreica, direta, frontal e racional, mas sempre à procura das asas que a ajudem a tirar os pés do chão; 
  • a divertida, pequenina e muito concentrada em saberes e sentimentos, que diz tudo o que pensa, enquanto ainda está a pensar.

Estas somos nós, "as baquinhas" (designação carinhosa entre nós), com algumas características semelhantes, interesses em comum, mas certamente com outras que nos definem e trazem diversidade, crescimento e maturidade para o grupo.

Quando estou triste ou mais desanimada, lembro-me das minhas girls, dos momentos que passamos juntas e daqueles que ainda vamos passar, do que sinto quando estamos juntas, do bem que elas me fazem à alma e ao coração, da sorte que eu tenho de as ter conhecido e delas fazerem parte da minha vida, da certeza que tenho que estarão sempre do meu lado, para o bem e para o mal... mas também me lembro delas nos momentos felizes, nos dias de conquista e vitória individual, "aí quem me dera que estivessem aqui", para partilhar comigo estes momentos de alegria. 

Love U babes

Por tudo isto, termino como comecei, reafirmando que sou mesmo uma mulher de sorte!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arco Íris 2

No entanto, gostava de acrescentar um revés ao que escrevi anteriormente, sem retirar uma só palavra ao que já disse... mas dar um pouco de optimismo à mensagem!

Existem muitas formas de apreciar toda a vivacidade, energia, vibração e esplendor do Arco Íris, podendo encontrá-lo sob várias outras apresentações, no nosso dia-a-dia, sem necessidade de "precipitação" :P


                                 E N J O Y    I T !      

                         T H I S    I S    L I F E !


Para contrabalançar os momentos amargos da vida!

Para adoçar os momentos amargos da vida...


Para comemorar os momentos felizes da vida... 
... ou ...
 para inebriar os menos felizes!















          Para adoçar a boca em conjunto....                                  
         
                                                            ... OU ...

Sozinho!



Para refrescar as ideias!










Para marcar momentos!

















Para nos deslumbrarmos com o poder da natureza!












 Para marcar a diferença!



                                                             














Para juntar o útil e o agradável!

















Para acolher a família e os amigos!












Para respeitar a diferença e aceitá-la...
.... dignificando a liberdade universal!










 


Para enfrentar o "corta e cose" das más línguas....

... com classe... 

....e irreverência!!!




















(vestido feito com gomas em forma de ursinho)


Para liberdade à criança que vive em nós!!


















Para nos conectarmos com o mundo....

                               Fisicamente
                   OU 


Virtualmente!



                        
                  Para lutar contra.....



.... as aparências...












... parar de representar e.... viver!




Para enfrentar os dias de chuva com energia, irreverência e conforto!!








OU

Com estilo e sofisticação!!!!




 Para nos protegeremos da chuva... 


...antes da chegada do Arco Íris!



Arco Íris

Há muito que me questiono sobre a incapacidade manifesta das pessoas em lidar com a tristeza e com o sofrimento, próprio e alheio. Julgo que passamos do 80 para o 8, ou seja, de um período em que as pessoas sofriam e conformavam-se com o seu sofrimento, vivendo dia-após-dia imersas numa melancolia vegetativa, anestesiadas de sensações e emoções, num quotidiano doentio e rotineiro... para o outro extremo, que vivemos actualmente, em que as pessoas não permitem/suportam qualquer tipo/manifestação de tristeza, sofrimento, e muitos outros sentimentos normais, com quais devemos aprender a lidar e que fazem parte da vida. 

Esta incapacidade em lidar com sentimentos "conotados negativamente", em vivê-los durante um determinado período, em lidar com eles e ultrapassá-los, algo naturalmente doloroso mas que nos faz crescer, torna-nos muito mais vulneráveis a eventos adversos ao longo da vida. Transforma-nos em seres frágeis, com baixa auto-estima, incapazes de vencer perante a adversidade e de aprender com ela, fracos e, até, mesquinhos e egocêntricos, pois toda a vida gira em torno destes sentimentos, criando-se ciclos viciosos difíceis de quebrar.

Para os outros (sejam familiares, amigos, colegas de trabalho), e muitas vezes para o próprio, o facto de se sentir mais desanimado, de preferir ficar em casa em detrimento de sair, de preferir ficar sozinho do que estar acompanhado ou se, porventura, lhe apetece  chorar, em vez de fingir que está "tudo bem"... é sinal de fraqueza, de "não estar bem", de, como estamos sempre a ouvir, "estar deprimido" (sim, a depressão, a "doença" do século!!!). O que as pessoas muitas vezes fazem, geralmente incentivado por outrem (sim, porque com os problemas alheios todos nós podemos bem, e somos todos uns excelentes conselheiros/psicólogos) é esquecer, fingindo que nada aconteceu, o dito "atira para trás das costas"... depois apercebem-se que têm assuntos mal resolvidos e que acabam por sofrer as suas consequências mais tarde, geralmente com juros acrescidos. Atrevo-me a dizer que, muitas vezes, as pessoas escondem o que realmente sentem, não porque tentam abstrair-se do sofrimento ou ultrapassá-lo ignorando-o (que tb não dá bom resultado), mas porque se apercebem que isso trás desconforto para as pessoas que as rodeiam, de quem gostam e temem perdê-las, temem que elas se fartem / se afastem (o que às vezes acaba mesmo por acontecer... mais uma vez reflectindo a dificuldade que as pessoas têm em lidar com o sofrimento alheio).

Como li recentemente, e concordo em absoluto, é necessário acarinhar os sentimentos negativos, ou seja, é necessário, dar-mo-nos um bocado de colo (sim a nós próprios!!!), como os nossos pais faziam quando eramos crianças, tendo sido assim que nos ensinaram a lidar com a frustração, decepção, fracasso, desilusão, ultrapassar medos, etc. Claro está, que é mais complicado transferir "este colinho" para a vida adulta, mas o mais importante é respeitarmos o nosso "eu", dar-lhe espaço, dar-lhe a possibilidade de sofrer a perda, de cicatrizar as feridas, de cozer os buracos na alma deixados por uma batalha perdida... porque a guerra, essa sim, ainda continua por vencer e há que continuar!! Este processo, que, pelo menos inicialmente, requer alguma racionalização, tem que ser assumido e aceite pelo próprio, caso contrário, se as pessoas sofrem mas não aceitam e não se permitem "sofrer" temporariamente, não conseguem "ficar bem", ficam presas a ressentimentos, e não conseguem, dito à bom português, "arregaçar as mangas e ir à luta"!

Por fim, convém não esquecer "Tem que chover, nem que seja um pouco, para que se possa apreciar um lindo arco íris!"